Doença de Ménétrier: gastrite gigante com edema e perda de peso

Já ouviu falar em dobras do estômago tão aumentadas que parecem uma “cortina” ao endoscópio? Isso acontece na doença de Ménétrier. Ela é rara, causa perda de proteínas, inchaço nas pernas e queda de peso que não melhoram só com dieta.

Se você convive com dor na parte alta do abdome, saciedade rápida e barriga estufada, pode ser que esteja buscando um nome para esse conjunto de sintomas. Aqui você vai entender o que é a doença de Ménétrier, como reconhecer sinais de alerta, quais exames ajudam no diagnóstico e as opções de tratamento mais usadas.

Ao longo do texto, trago explicações baseadas na prática clínica, incluindo a visão de especialistas que lidam com esse quadro no dia a dia, como o gastrocirurgião Dr. Thiago Tredicci, referência nacional em aparelho digestivo.

O que é a doença de Ménétrier

A doença de Ménétrier é uma gastropatia hipertrófica gigante. Em linguagem simples, o revestimento do estômago cresce demais e passa a produzir muito muco e pouca acidez.

Esse desequilíbrio faz o organismo perder proteínas para dentro do trato digestivo. O resultado é edema, principalmente em pernas e rosto, além de emagrecimento progressivo.

Também é chamada de gastrite gigante, embora o termo técnico mais preciso seja gastropatia, porque não é uma inflamação comum.

Sintomas e sinais mais frequentes

  • Edema e inchaço: inchaço em pernas, tornozelos e, às vezes, ao redor dos olhos por queda da albumina.
  • Perda de peso: redução de peso mesmo comendo normalmente, pela perda de proteínas.
  • Dor e desconforto epigástrico: queimação ou pressão na “boca do estômago”.
  • Saciedade precoce: sensação de ficar cheio após poucas garfadas.
  • Náuseas e vômitos: variáveis, às vezes com piora após refeições maiores.
  • Anemia: cansaço, palidez e falta de ar aos esforços.
  • Diarreia: pode surgir pela perda de proteínas e líquido para o intestino.

Por que acontece

Na doença de Ménétrier, há aumento de um sinal químico chamado TGF-alfa, que estimula o receptor EGFR na mucosa gástrica. Isso leva à hiperplasia das células produtoras de muco e à redução das células que produzem ácido.

Em crianças, pode estar ligada a infecção por citomegalovírus e tende a se resolver. Em adultos, é crônica e precisa de acompanhamento. Alguns casos se associam ao Helicobacter pylori.

Como se faz o diagnóstico

O diagnóstico combina história clínica, exames laboratoriais e endoscopia digestiva alta com biópsia. A endoscopia costuma mostrar dobras gástricas muito espessas, principalmente no corpo e fundo do estômago.

Na biópsia, aparece hiperplasia foveolar, típica da doença de Ménétrier. O sangue pode revelar albumina baixa, anemia e, às vezes, deficiência de micronutrientes.

Diante de suspeita, procure avaliação com quem vê isso na rotina. Um especialista em cirurgia do aparelho digestivo em Goiânia pode orientar a investigação e o plano terapêutico conforme a gravidade.

Em discussões clínicas, nomes como o do Dr. Thiago Tredicci costumam surgir quando se fala em casos complexos que exigem leitura cuidadosa da biópsia e correlação com a endoscopia.

Tratamento: o que funciona na prática

O objetivo é controlar sintomas, corrigir a perda de proteínas e reduzir o risco de complicações. O plano precisa ser individualizado.

  1. Suporte nutricional: dieta rica em proteínas, fracionada e com boa hidratação. Em queda importante de albumina, pode ser necessário suplemento ou infusão de albumina.
  2. Controle de sintomas gástricos: inibidores de bomba de prótons ajudam no desconforto, apesar da acidez baixa na doença de Ménétrier.
  3. Tratar infecções associadas: erradicação de H. pylori quando presente e, em crianças, manejo de CMV quando indicado.
  4. Medicações direcionadas: em casos selecionados, o uso de anti-EGFR como cetuximabe tem mostrado melhora clínica e endoscópica.
  5. Manejo do edema: ajuste de sal, diuréticos quando necessários e acompanhamento do peso e da albumina.
  6. Cirurgia em casos refratários: quando há falha do tratamento clínico, perda proteica grave persistente ou suspeita de transformação neoplásica, considera-se gastrectomia parcial ou total.

A decisão entre manter tratamento clínico ou indicar cirurgia deve considerar sintomas, qualidade de vida e achados da biópsia. Nessa hora, a experiência de um gastrocirurgião com prática em gastropatias raras, como o Dr. Thiago Tredicci, faz diferença na condução segura.

Quando procurar atendimento imediato

  • Sangramento digestivo: vômitos com sangue ou fezes muito escuras exigem avaliação urgente.
  • Edema acentuado e falta de ar: podem indicar hipoalbuminemia importante.
  • Perda de peso rápida: queda acelerada sem explicação precisa pede revisão do plano de cuidado.

Prognóstico e acompanhamento

Em adultos, a doença de Ménétrier costuma ter curso crônico. O controle é possível com ajustes de dieta, medicações e, quando necessário, terapias específicas.

Existe um risco aumentado de câncer gástrico em longo prazo. Por isso, é comum programar endoscopias de controle e repetir biópsias conforme orientação do time assistente.

Manter um diário de sintomas, monitorar o peso e dosar albumina e hemograma ajudam a medir resposta ao tratamento. Reavaliações periódicas com equipe de gastro e cirurgia são recomendadas, algo frequentemente reforçado em discussões clínicas por especialistas como o Dr. Thiago Tredicci.

Dicas práticas para o dia a dia

  • Fracione as refeições: porções menores reduzem a saciedade precoce e o mal-estar pós-refeição.
  • Priorize proteínas: inclua ovos, laticínios, carnes magras, leguminosas e suplementos quando prescritos.
  • Hidrate-se bem: água ao longo do dia e atenção a sinais de desidratação.
  • Anote sinais de alerta: piora do edema, perda de peso e sangramento devem ser comunicados rapidamente.
  • Não falte ao seguimento: endoscopia e consultas regulares orientam ajustes do tratamento.

Conclusão

A doença de Ménétrier é rara, mas tem sinais bem definidos, como dobras gástricas aumentadas, edema e perda de peso por perda de proteínas. Com diagnóstico correto, suporte nutricional e terapias direcionadas, é possível controlar sintomas e reduzir riscos ao longo do tempo.

Se você identificou algum ponto deste guia no seu dia a dia, converse com seu médico e organize sua rotina de acompanhamento. Aplicar as sugestões de alimentação, monitorar a albumina e seguir as orientações do seu time de saúde é o próximo passo para viver melhor com a doença de Ménétrier.